sábado, 17 de julho de 2010

Este futebol do meu descontentamento

A notícia mais extraordinária do pós-Mundial 2010 foi publicada no “Record”: mesmo a receber 7,2 milhões de euros de prémio pela presença da Seleção Nacional nos oitavos-de-final, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) conseguiu apurar um prejuízo de 1 milhão de euros com a campanha na África do Sul! E o selecionador Carlos Queiroz recebeu 10 por cento desses 7,2 milhões de prémio: ou seja, 720 mil euros! Extraordinário.
Antes de fazer quaisquer outras considerações, é preciso sublinhar as competências do grande planificador que é Carlos Queiroz: nem o pormenor do prémio - principalmente esse - lhe escapou. Imagine-se que Portugal teria chegado a campeão do Mundo: a FPF receberia 23,7 milhões da FIFA e Queiroz embolsaria a justa recompensa de 2,37 milhões. Nada mais natural o treinador campeão mundial ficar rico.
Acontece que a realidade é bem diferente e o que fica das aventuras serranas na Covilhã e do périplo intercontinental, engendrado e executado pelo selecionador nacional, é um lastro de irresponsabilidade que conta com a superior conivência do presidente da FPF, Gilberto Madaíl. Como é que uma federação desportiva de um pequeno país, massacrado sucessivamente com as avaliações comprometedoras das agências de aquém e de além, se pode permitir embarcar numa aventura pensada faraonicamente, à grande, com estágios aqui e ali, para dar prejuízo?
Já sabíamos que o plano era Portugal sair da África do Sul com a taça e tudo bateria certo, com distribuição de grandes prémios e os cofres da FPF cheios. Só que os planos, na maioria dos casos, derrapam e havia no caso da Seleção Nacional a forte possibilidade de o sucesso ser relativo, como foi. Logo, Gilberto Madaíl – e o problema aqui é a falta de liderança do presidente da FPF e não a mania das grandezas do selecionador – deveria ter encontrado a fórmula exata para chegar ao fim do processo com as contas do Mundial no positivo. Madaíl não deveria ter negado um só pedido a Carlos Queiroz: os estágios em altitude, com hotéis aqui e ali, os adjuntos sul-africanos, as missões de observação... nada! Mas deveria ter sido implacável na negociação dos prémios.
Como é que um selecionador que fatura 1,6 milhões de euros por ano precisa de receber mais 720 mil para estar motivado a lutar por um lugar entre as 16 melhores equipas do Mundo? É óbvio que não precisa, ou então Madaíl anda distraído, a pairar em lugares muito longe de Portugal, onde a crise é uma figura de estilo para complexificar manuais de economia. Isto é, os oitavos-de-final seriam os mínimos a cumprir pela equipa 3.ª classificada no ranking da FIFA, sem direito a qualquer prémio, para além daquelas diárias que funcionam como principescas ajudas de custo, distribuídas pela comitiva.
Teria sido fácil a FPF ficar a salvo de qualquer ridículo, porque até tinha as contas feitas. Madaíl sabia que só a presença nos quartos-de-final, com 14,4 milhões de euros pagos pela FIFA, equilibraria a contabilidade, mas resolveu apostar no risco e saiu-lhe esta rifa: arcar com o ridículo de ter de premiar milionariamente um resultado julgado medíocre pelos portugueses. Nesta altura, resta-lhe negociar um acerto com o selecionador, fazendo-lhe ver que 720 mil euros é um prémio escandaloso. E não vale a pena vir com desmentidos que nada desmentem. Ficam mal.

Record de 14 de Julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Lufada de Democracia e Liberdade

No dia 25 de Junho de 2010 assisti à 2ª Sessão de 2010 da assembleia de freguesia, e, comparando-a com as assembleias do quadriénio 2005-2009, nas quais participei como deputado, constatei uma melhoria qualitativa substancial na forma como a assembleia interpreta a aplicação do regimento, para começar, agora, todos os deputados podem apresentar propostas, sem verem esse direito sonegado através de argumentação sui generis como anteriormente.
No referido quadriénio, para se apresentar uma simples proposta de recomendação para votação, foi preciso esperar por quatro sessões da assembleia, sendo que à quarta foi votada, devido a igual número de insistências, porque doutra forma jamais teria visto a luz do dia.
No mesmo período, em 2007, foi solicitada uma sessão extraordinária por um grupo de deputados, de acordo com o preceituado no regimento e legislação em vigor, para esclarecimento de assuntos considerados importantes, tendo sido recusada à primeira, em 2007, à segunda em 2008 e só, finalmente, à terceira tentativa, em 2009, foi concedida a famigerada sessão extraordinária.
Esteve bem o Dr. Renato Pereira quando, a determinada altura da sua intervenção, se referiu à "lufada de democracia e liberdade, e que não é o uso de palavras caras que dá solenidade ao local...".

sexta-feira, 2 de julho de 2010

SAINT JO 2010


Apesar das dificuldades estruturais sobejamente conhecidas, a UDCA participou pelo quarto ano consecutivo no torneio de futebol juvenil Challenge de L'espace, organizado pelo Toulouse St Jo Football, nos dias 19 e 20 de Junho, tendo a União Desportiva e Cultural de Argivai representado de forma exemplar Argivai e Póvoa de Varzim.
Nunca será demais referir que esta deslocação a França dos 22 pequenos atletas só foi possível graças ao apoio de várias entidades particulares e da autarquia de Argivai, sem o qual não seria possível a participação neste importante evento juvenil além fronteiras.
Porém, o desejável equilíbrio financeiro não foi atingido, por alguns pedidos de apoio não terem sido atendidos, o que, a continuar, poderá inviabilizar a participação futura da União neste torneio.
A representação Argivaiense dividiu-se por dois escalões etários designados por U11, até aos 11 anos e por U13, até aos 13 anos.
Participaram neste torneio de futebol juvenil 32 equipas - 16 equipas do escalão U11 e outras tantas do escalão U13 - de vários países.