quarta-feira, 22 de abril de 2009

Senhas do 25 de Abril

A canção E Depois do Adeus, que havia sido escolhida para representar Portugal no festival da Eurovisão, com letra de José Niza e música de José Calvário, interpretada por Paulo de Carvalho e transmitida pelos Emissores Associados de Lisboa, às 22h55 de 24 de Abril de 1974, servindo de senha de início da revolução que nos iria libertar da ditadura do Estado Novo, com a implantação da democracia e da liberdade, apeando o mais longo regime ditatorial da Europa Ocidental durante o séc. XX, que se estendeu por 48 anos e que teve origem no golpe militar antiparlamentar de 28 de Maio de 1926. Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi considerado uma ditadura, embora formalmente existissem eleições, estas não eram reconhecidas pela oposição, que acusavam o governo de fraude. Durante a vigência do Estado Novo existiu uma polícia política, chamada PIDE, que perseguia os opositores do regime. Portugal permaneceu um país pobre até à decada de 60, obrigando muitos portugueses a emigrar, contudo, a partir desta década verificou-se um acentuado crescimento económico. A partir dos anos 60, o Estado Novo, à rebelia da História e do que acontecia noutros países europeus, enviou os soldados portugueses para defenderem militarmente as colónias portuguesas de Angola, Moçambique e Guiné, que se tornaram independentes após o 25 de Abril, conjuntamente com Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A canção Grândola Vila Morena, escrita e interpretada por José Afonso, foi a segunda senha, que passou no programa "Limite" da Rádio Renascença às 00h20 do dia 25 de Abril. Foi o sinal para o arranque das tropas mais afastadas de Lisboa e a confirmação de que a revolução ganhava terreno rumo à liberdade e à democracia.
Sendo a democracia um dado adquirido, não a temos sabido exercer no nosso dia a dia, por falta de exigência cívica. Somos tentados a dizer mal do sistema de saúde, do sistema judicial, da educação, etc., não fazendo nada para que esta situação mude, e ela pode mudar se formos mais exigentes, não permitindo que as corporações falem em nosso nome e penalizando os governantes pela sua incompetência e pelos actos que prejudiquem o bem comum.
«Nós temos o governo que merecemos, temos os partidos que merecemos, temos os subsistemas de saúde e educação que merecemos, porque somos responsáveis pela nossa sociedade», disse recentemente Ramalho Eanes.

7 comentários:

terramar e ar disse...

O passado foi lá atrás...erros que Abril semeou pagam-se hoje...os erros semeados antes de abril já foram pagos com juros e correcção monetária...
Não devemos esquecer o passado...antes pelo contrário...
e "vem-me à memoria uma frase batida" .." hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!"

Unknown disse...

O 25 de Abril não é modo de vida,é maneira de viver.

terramar e ar disse...

Será Adelaide... modo de viver..mas apenas para alguns poucos.. e desde que à mesa do orçamento...

Unknown disse...

Com certeza está a referir-se ao modelo de desenvolvimento português, que ao contrário da Europa civilizada,vocacionou-se para um percurso errante e errado.Porquê?
surgiu uma pequena burguesia ,filha do Estado Novo materialista e consumista, a par, e em crescendo do Zé, que personifica a maioria dos portugueses.Deixando os entretanto passarei aos finalmente: em Julho cada um de nós terá de / deverá expressar o apoio político que não foi dado e que degrada a vida do povo português.Mas tendo como objectivo-era a isso que me referi-a liberdade em pleno, mas sem confundir com libertinagem: a do sistema político partidário instituido, bem como a degradação da vida do povo luso-a crise é global, mas Portugalmente falando, a crise agudiza-se com as medidas implementadas : a taxa de desemprego sobe , os C.T. são cada vez mais precários,água,luz,combust´vel,pão-faz-nos estar na fila da frente-mas por más razões...Enfim, a abolição de barreiras alfandegárias, a quota de pesca, até os petizes não terão a pré paga no próximo ano ,por exemplo....
Nos ideais revejo-me, na consolidação, desejo-me.

IN VERITAS disse...

Pois..mas é nos entretanto que está o mal verdadeiro...Portugal continental albergou uma enorme massa de funcionários publicos, ex-militares e seus familiares fundamentalmente, que se instalaram no funcionarismo local ,regional enacional, vindos das ex-colónias...com aindepend~encia destas...Portugal hoje tem que pagar reformas e pensões a esses ex-militares e familiares e a alguns(muitos)novos cidadãos dos novos paises que ao tempo eram também funcionários coloniais...Ou seja Portugal tem hoje os mesmos e mais encargos (apoio á cooperação edesenvolvimento das novas nações)do que tinha no tempo colonial, só que os nanbabos daMetrópole já não recebem ,nem o café, nem a carne,nem o sisal, nem otrigo, ou o milho,nem o ferro, o cobre, o zinco, os diamantes eo petróleo, o algodão, o chá, nem o açucar, quase de graça...

Unknown disse...

...nem o marfim.
A politica da desconolização permitiu o fim da guerra colonial, dando a liberdade ao povo dos novos paises.Os portugueses salazaristas(Está mais em voga) não exploraram nada-recursos infindáveis, mas não explorados pelos portugueses ,Caborabaça-esgotada para os portugueses, a não ser as madeiras nobres,praticamente só para nós,uma vez que não havia trocas com o exterior.Os soviéticos vinham buscar a cortiça cá ao continente e a troca era feita no alto-mar.
Cabo -Verde e Guiné- continuam modestos .-não havia riqueza-só turismo,nem vegetação-se não houver penso, as ovelhas comem papel.
Moçambique tem Caborabaça -construida pelos portugueses-abastece parte da África do Sul.
Angola -os recursos estão a ser explorados pelos governos de cada país -se sabem ou não gerir,isso é problema deles.russos e chineses entraram logo.
O enclave de Cabinda pretende a independência.Porquê?
A UNITA vivia com os diamantes, lutava pela independência.
A avioneta caiu com João Soares, porquê?
A seguir ao 25/04/1975 o MPLA escorraçou a UNITA e mergulharam na guerra.
O governo Português entregou no Alvor -aí teve lugar a cerimónia de transição dos poderes.A partir daí a UNITA, o MPLA e a FNLA nunca se deram bem.O MPLA consegue governar sozinho.

renato gomes pereira disse...

Não..portugal não entregou Angola no Alvor... Os acordos de Alvor foram suspensos pelogoverno Português em Julho de 1975, qunado entraram cubanos em Angola a pedido de agostinho neto...desembarcaram no Ambrizette, com material pezado par a região militar nº 1 do Mpla- mais conhecida pelos Dembos...os soviéticos aproximaram os seus submarinos de Angola e ordenaram às fragatas portuguesas que não se manifestassem...

Em 10 de Novembro de 1975, pelas 24 horas leonel cardoso, á altur alto comissário ordenou o arrear da bnadeira Portuguesa e encaminhou os seus soldados para um paquete ao largo de Luanda.. sem transmissão depoder ou discurso de posse...AgostinhoNeto hasteou a bandeira do MPLA...Não havia bandeira nacional angolana, nem constituição eo governo de transição estva esfrangalhado...por isso a do seu partido serviu... o mesmo fizeram a unita e a fnla unidas no Huambo...AS portas deluanda estvam as tropas da unita e da fnla comandadas por santos e castro um ex general e ex governador de angola, pai do deputado do CDS Ribeiro e Castro e em conjunto com Holden Roberto...horas antes sobrevoram luanda deixando panfletos de que Luanda seria bombardeada e que todos os que nela permanecesses brancos,pretos ou mulatos não seriam poupados...
De imediato com escala no Sal em Cabo Verde ainda sob administração Portuguesa, os aviões cubanos começam aaterrar em lunada trasendo mais tropas e armamento...o que determinou a intervenção directa da africa do sul atravez da Namibia a sul e o Zaire a norte cor ordem de mobutu...Gerra essa que só veio aterminar em 1992 com as 1ªs eleições presidenciais e únicas de angola em que savimbi e dos santos empataram á primeira volta...nunca se tendo realizado asegunda tendo savimbi sido morto em 22 de Fevereiro de 2002... sendo final e definitivamente selado o acordo de Paz em 2004...