terça-feira, 14 de abril de 2009

Jorge Palma

Jorge Palma é um nome inconfundível da música portuguesa. Com seis anos, ao mesmo tempo que aprende a ler e a escrever, inicia os seus estudos de piano, vindo a ser um aluno brilhante. Na adolescência abandona a música clássica, dedica-se à música pop/rock e aprende a tocar guitarra como autodidacta. Segue a aventura da vida de forma apaixonada, ligado umbilicalmente à música abandona os seus estudos de Engenharia. Considerado um grande escritor de canções, em que algumas se tornaram verdadeiros hinos, a sua obra musical é de uma sonoridade emocionante.

2 comentários:

Unknown disse...

O "Encosta-te a mim" do JP, significa para mim, uma espécie de Requiem por um vivo...
Quem sabe um dia explico-te...

Anónimo disse...

Lisboa, 20 Abr (Lusa) - Há lares sem fins lucrativos apoiados pelo Estado que "vendem" vagas em troca de avultados donativos, deixando em lista de espera os idosos mais carenciados.

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A própria confederação que representa as instituições de solidariedade reconhece que alguns lares "se vêem forçados a recorrer a esses estratagemas" para fazer face aos custos. A Segurança Social sabe da prática, que pode constituir um crime de burla, mas admite ter dificuldade em actuar.

No final de 2006, Graça (nome fictício) tentou pôr a mãe, então com 92 anos, no lar da Santa Casa da Misericórdia de uma vila transmontana, onde lhe pediram 15 mil euros. Disseram-lhe que "havia uma longa lista de espera e que se não pagasse davam a vaga a outra pessoa".

Perante a situação, os familiares decidiram procurar outros lares. Numa instituição de solidariedade social da área metropolitana do Porto, a mãe ficou em lista de espera, a aguardar uma resposta da direcção.

Passados alguns meses, Graça voltou a contactar a instituição de beneficência apoiada pelo Estado. A resposta já não a surpreendeu: "Disseram-me que iam ser francos, que havia pessoas em lista de espera dispostas a pagar cinco mil euros. Ficou decidido que se eu desse essa quantia, a minha mãe tinha uma vaga. Paguei mil contos, deram-me um recibo a dizer `donativo` e ela entrou logo".

A história de Graça é apenas uma entre muitas, segundo a Rede Internacional de Prevenção da Violência Contra a Pessoa Idosa, que garante que situações como esta são generalizadas em Portugal.

"Não tenho nenhuma dúvida de que isso acontece em larga escala e que precisa de uma investigação judicial", disse à Lusa José Ferreira Alves, representante português nesta rede internacional, classificando estes casos como "uma pouca-vergonha".

O próprio representante de Portugal também tem uma história para contar. Há cerca de 15 anos, o seu pai precisou de ir para um lar e, já na altura, teve de "dar mil e tal contos só para poder entrar".

"Não ficou nada registado, ficou tudo no segredo dos deuses", relata, adiantando que "a situação ainda acontece muito nas Misericórdias e nas instituições particulares de solidariedade social (IPSS)".

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), Edmundo Martinho, sublinhou que "a pressão para dar donativos em troca de uma vaga é completamente ilegal e constitui um crime de burla".

"A grande maioria das instituições não utiliza essas práticas, mas sabemos que essa realidade existe. Já nos chegaram cartas, algumas das quais anónimas, a relatar essas situações", afirmou o responsável do ISS.

Edmundo Martinho garante que o instituto tentou investigar os casos, mas afirma que "é difícil provar que os idosos foram pressionados a fazer um donativo para assegurar a vaga e que só entraram porque deram esse dinheiro".

No ano passado apenas uma queixa relacionada com esta matéria deu entrada na Procuradoria-Geral da República, que a remeteu para a Inspecção-Geral da Segurança Social.

O representante da Rede Internacional de Prevenção da Violência Contra a Pessoa Idosa lembra que, muitas vezes, "os familiares têm medo de fazer queixa porque temem que o seu pai ou a sua mãe venham a sofrer represálias dentro das instituições".

Apesar de ser muito reduzido o número de denúncias formais, cerca de 20 por cento dos idosos que estão a viver em lares admitem ter feito doações para poder entrar, de acordo com um inquérito realizado em 2004 pelo Instituto para o Desenvolvimento Social (actual ISS).

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), que integra cerca de 2.500 IPSS e algumas Misericórdias, tem dado orientações aos lares para não condicionarem as vagas à entrega de donativos, considerando que "isso não é claramente uma boa prática".

No entanto, o padre Lino Maia, presidente da CNIS, salienta que "muitas instituições estão a lutar pela sua sobrevivência", uma vez que a comparticipação do Estado por cada idoso, fixada nos 330 euros mensais, não chega a metade do custo que, em média, um lar tem por cada pessoa internada.

"Algumas instituições vêem-se forçadas a recorrer a esses estratagemas", afirmou, admitindo que esta prática prejudica os mais carenciados, os mesmos que as Misericórdias e IPSS devem ajudar prioritariamente.

Para evitar estas situações, o padre Lino Maia defende que deve ser criado um novo modelo de financiamento, segundo o qual a comparticipação do Estado não é fixa, mas atribuída em função dos custos reais dos lares e da situação económica dos seus utentes.

Em Portugal, existem 1.583 lares legalizados, dos quais 1.184 apoiados pelo Estado através de acordos de cooperação que abrangem mais de 46 mil idosos.