sexta-feira, 29 de maio de 2015

ESPAÇO LUSÓFONO

Sou um defensor acérrimo da Lusofonia e estou convicto que a maioria dos portugueses também. Refiro-me à lusofonia, no sentido da globalização e da interdisciplinaridade, onde se deseja criar um espaço comunitário que vá para além do conceito linguístico, sendo a língua, obviamente, o cimento que nos une, “a minha pátria é a língua portuguesa”, como disse o poeta dos heterónomos Fernando Pessoa.
O espaço Lusófono deve estar concertado em todos os domínios, com...o por exemplo, na cooperação político-diplomática, na educação, na saúde, e, fundamentalmente, nas relações económico-financeiras. Ou seja, deve-se entender o conceito de Lusofonia no seu sentido mais lato, ultrapassando o estrito conceito linguístico.
No mundo atual, em profunda crise, o conceito lato de espaço Lusófono ganha uma importância fundamental para a nossa sobrevivência e afirmação identitária num mundo cada vez mais globalizado. Faz parte da nossa genética, está no nosso ADN e é o resultado de um legado que nos orgulha enquanto povo baluarte da Civilização Ocidental no período das Descobertas, onde soubemos espalhar a nossa língua e estabelecer relações económicas e diplomáticas pelo mundo fora. Neste sentido lato do conceito da Lusofonia, defendo, o modelo estratégico de um pé na Europa e outro na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Porém, no plano económico, e não só, há muito terreno para palmilhar na CPLP.
O colossal mercado brasileiro não tem sido convenientemente aproveitado para que se concretize este desiderato, aliás, a plataforma logística comercial brasileira na Europa está, curiosamente, sediada em Espanha, pese embora o facto de o Brasil estar focado nas relações com o mercado Americano e com o Mercosul.
As exportações portuguesas para o Brasil não chegam a 2% da totalidade das nossas exportações. Um valor irrisório, relativamente ao gigantíssimo mercado brasileiro. Para Angola exportamos um pouco acima dos 6%. As exportações para a restante Comunidade de Países de Língua Portuguesa não chegam a 2%.
As nossas exportações para Espanha correspondem a cerca de 25% do total, a França e a Alemanha juntas compram-nos aproximadamente outro tanto, sendo que o espaço europeu representa cerca de 75% das nossas exportações.
Seria de todo conveniente aumentarmos a influência da CPLP como parceiro económico, para não estarmos dependentes dos ciclos económicos da Europa.
Temos que exportar mais para reduzir, ou melhor, anular, o nosso crónico défice estrutural da balança comercial, e a CPLP pode ter um papel importante, porque de outra forma não temos futuro como Nação, nem merecemos o sangue derramado pelos nossos egrégios avós.

Artigo publicado no "Correio da Maia" de 1 de Junho de 2015

1 comentário:

Anónimo disse...

pensamento colonialista...