Relata o Jornal Económico que António Barreto, num discurso proferido ontem à noite no Grémio Literário, em Lisboa, disse que "a Europa tem revelado uma fragilidade e uma dificuldade de decisão supremas", considerando que, "mais do que nunca", está a verificar-se que "a Europa não é solidária, não é coerente, não é coesa e não é democrática - ou não é muito, pelo menos".
"Para a crise atual, a portuguesa, não parece haver solução sem Europa e não parece haver solução fora da Europa. E contra mim falo porque sempre fui defensor da Europa das Nações e adversário da federação europeia, mas não vejo soluções que não exijam uma maior intervenção da Europa, através da política financeira, monetária e fiscal, o que provavelmente trará mais problemas no futuro, mas para já não é possível pensar de outra maneira".
Respondendo à pergunta que serviu de mote ao debate, 'Portugal: o presente tem futuro?' dizendo: "Portugal tem um futuro, sim, não sabemos é qual é. Nem sequer sabemos quais são os futuros possíveis sobre os quais deveríamos refletir e para os quais nos deveríamos preparar".
Para António Barreto, "o problema fundamental" é que "não se discute porque o dramatismo da discussão atual - e o orçamento é só um episódio entre outros - impede essa discussão".
Interrogando-se sobre se este presente tem ou não futuro, ele entende que "não", argumentando que um "presente de desordem e de ignorância económica e financeira, de carências, de dificuldades muito sérias, de incerteza e de inquietação não fazem um futuro".
Afirmou mesmo que, "em certo sentido, é o contrário", ou seja, é preciso "remover este presente para poder construir o futuro. Podemos ter um futuro se não ficarmos à espera dele".
Eu diria ainda mais que isso, pois parece-me que é preciso remover e responsabilizar os agentes responsáveis do passado, que nos levaram a esta situação catastrófica, para poder construir o futuro.
1 comentário:
passa por lhe reeduzir as mordomias...
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